quarta-feira, dezembro 19, 2007

Substituindo o RedHat Developer Studio

Finalmente o RedHat Developer Studio (RHDS) chegou a sua versão 1.0 GA e ganhou inclusive um novo nome: JBoss Developer Studio. A novidade mais importante é que a ferramenta agora passa a ser paga! Isso mesmo, o software open source que durante suas versões beta era distribuído gratuitamente, passou a custar 99 dólares.
Nunca subestime um americano de chapéu vermelho! Essa notícia pegou muita gente desprevenida, inclusive colaboradores open source (um golpe limpo já que era bem comentado esse risco).
Eu já estava sonhando com essa ferramenta em produção, mas depois dessa rasteira fiquei sem rumo. Andando de bar em bar :) e de fórum em fórum, encontrei uma solução que me deixou aliviado: o JBoss Tools.
O JBoss Tools nada mais é que a suíte de plugins que compõe o JBoss Developer Studio numa versão gratuita. Ou seja, quando você compra o JBoss Developer Studio, se tratando de JSF, basicamente está pagando apenas pelo instalador.
Nas figuras abaixo você pode acompanhar dois screenshots que demonstram a similaridade dos ambientes RHDS e JBoss Tools.

JBoss Developer Studio (versão paga)

JBoss Tools (versão gratuíta)

Já que o público do produto são desenvolvedores, queria saber como eles esperam ganhar dinheiro com isso, visto que os potenciais clientes podem instalar os plugins no Eclipse sem muitas dificuldades.
Voltando ao JBoss Tools, os plugins já estão na versão 2.0 GA, portanto, sem indícios de vir a ser pago. Contudo, como já foi dito, a suíte de plugins free precisa ser instalada manualmente.
Vou descrever o processo de instalação do JBoss Tools para lhe ajudar nessa economia de 99 dólares :)
  1. Vá ao site do Eclipse e baixe a versão Eclipse IDE for Java EE Developers (Eclipse 3.3.1.1 - JEE Europa Fall 2)
  2. Vá o site do JBoss Tools e baixe a versão 2.0 G.A (opção All Plugins).
  3. Os dois arquivos que você baixou estão no formato zip e a instalação consiste em descompacta-los. No caso do Eclipse escolha uma pasta preferida e pronto. Já no caso do JBoss Tools, copie os arquivos das pastas features e plugins para as pastas com os mesmos nomes no diretório do eclipse, respectivamente.
  4. Inicie o eclipse com a opção -clean se você já o possuia, e não precisou baixa-lo (e só, acabou).

Obs.: Eu odeio escrever sobre coisas tão efêmeras, mas a ferramenta é muito boa para ser deixada de lado.

Abraços,
Roberto Nogueira

quinta-feira, agosto 09, 2007

Rabiscar é preciso, projetar não é preciso

Acredito que qualquer ser humano que se importe um pouco com sua vida se sente mal num emprego que o transforma em macaco adestrado, executando tarefas repetitivas sem a possibilidade de criar. Por outro lado, existem muitos ambientes que necessitam de criação, como empresas e universidades preocupadas com inovação. Mas por que é tão difícil ver idéias concretizadas quando as empresas querem funcionários criativos e os empregados querem criar?
Quando uso a palavra criar quero dizer: além de pensar, trazer isso de alguma forma para o mundo real.
Tenho percebido que o mais difícil é a parte de trazer para o mundo real; o ser humano já tem idéias naturalmente. Este caminho que fica entre nossa mente e o mundo real é uma verdadeira prova de obstáculos e o maior deles creio que seja projetar. Já passou pela situação de ter uma ótima idéia e, pensando em como fazer, acabar em nada? Acredito que isso ocorra porque idéias conversam melhor com esboços!
São famosos os esboços de Leonardo da Vinci e em nossos dias Oscar Niemeyer lança alguns rabiscos para representar verdadeiras obras primas da arquitetura. Outras profissões atuais como estilistas de moda também utilizam rabiscos. Parece que a simplicidade está sempre presente no que da certo.
Nesse caminho entre mente e mundo real, tentar colocar uma idéia diretamente em um projeto estraga qualquer criação. Acredito que o projeto serve para construir, mas antes é preciso esboçar.
Voltemos ao exemplo da forma de trabalhar de Oscar Niemeyer: primeiro ele tem a idéia, depois rabisca e aí então é feita a planta (pensa, esboça e projeta). Isso se chama arte aplicada. Já imaginaram a burocracia que é criada para uma idéia que vira diretamente um projeto?
Logicamente tudo possui um motivo para existir e, se a complicação está aí, deve ser útil para alguém. Infelizmente, o negócio de muita gente que chega lá em cima é controlar e não criar.
As fábricas de papel agradecem.

Roberto Nogueira
bobmoe@gmail.com